texto: Katherine Harmon
O poder destruidor desses animais está na mordida e numa dose de veneno ─
mas não de bactérias, como sugeriam pesquisas anteriores. Os dragões de
Komodo, que habitam algumas ilhas na Indonésia central, usam seus
dentes serrilhados para segurar e rasgar a presa, criando uma ferida
profunda. Em seguida é inoculada uma mistura especial de veneno, de
acordo com os resultados de um estudo que recém publicado on-line no Proceedings of the National Academy of Sciences.
“O
dragão é de fato peçonhento” observa Stephen Wroe, pesquisador
associado de biologia da University of New South Wales, na Austrália, e
autor do estudo.
Os biólogos sempre acreditaram que esses enormes
lagartos ─ que medem entre dois e três metros e pesam até 100 quilos ─
matavam suas presas infectando-as com bactérias patogênicas. Mas esse
novo estudo revela que a saliva desses dragões transporta diferentes
patógenos, mas a maior parte dos microrganismos encontrados era comum.
Ao
contrário do que se supunha, os pesquisadores descobriram que os
dragões de Komodo podem ter, na verdade, o sistema de inoculação de
veneno mais complexo já encontrado em répteis, o que não havia sido
notado antes, porque os dentes desses animais diferem completamente dos
exibidos pela maioria das criaturas peçonhentas.
Os dragões
produzem proteínas tóxicas ─ não muito diferentes daquelas produzidas
pelos monstros de Gila e por algumas cobras ─ que provocam queda na
pressão sanguínea e diminuem a coagulação das presas. Dutos especiais
transportam a peçonha de cinco compartimentos separados para aberturas
entre os dentes serrilhados. Depois de o veneno ser introduzido na
ferida produzida pela poderosa mordida, as vítimas podem entrar em
choque e morrer em consequência de hemorragia.
A descoberta do sistema venenoso dos dragões de Komodo levou os pesquisadores a acreditar que seu parente extinto, o Megalania (Varanus priscus), que chegava a pesar até duas toneladas, pode ter sido o maior animal peçonhento da Terra.
fonte: http://www2.uol.com.br/sciam/noticias/o_veneno_dos_dragoes_de_komodo.html
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